sexta-feira, 6 de maio de 2011

Jantar no trabalho

Olá terráqueos,

Trabalho à noite em um hotel 5 estrelas na capital carioca e a única refeição feita lá é o jantar.

O refeitório, se chama ''Salsa e Cebolinha" e seu símbolo são estas 2 personagens felizes e contentes, ainda que sejam usufruidas nos pratos dos funcionários. O mesmo acontece quando o caso é o franguinho feliz da Sadia, ou com a vaquinha feliz da Parmalat, etc, quando os vimos nas propagandas aqui no Brasil e em casos similares mundo afora. No entanto, a grande maioria não vê diferença entre todos esses citados. São todos alimentos, independente de onde vieram, como foram processados e como foram parar nas prateleiras dos supermercados.

Ao sentar-me à mesa, sou coumente perguntado sobre o porquê de não haver uma ''carninha'' no meu prato. O esteriótipo do vegetariano ''chato''(aquele que prega o vegetarianismo) morre a cada instante que vários ''carniceiros'' se aproximam com diferentes objetivos: zombar o próximo, fazer graça com a opção alheia, entre outras ''gracinhas''. Com o tempo, aprendi a ter jogo de cintura quando viro o alvo de chacotas. Na maioria das vezes, entro na brincadeira e mudo o foco das perguntas, fazendo-os sentir um pouco incomodados com suas dietas.

O curioso é que eu nunca abordo ninguém criticando o que eles põem no prato, tampouco conto a realidade sobre aqueles pedaços de corpos que eles saboreiam com tanta vontade. As minorias realmente são as que mais incomodam, mesmo não tendo nenhuma intenção de fazê-lo.

Um fato interessante que aconteceu semana passada foi quando um faxineiro do hotel após diversas conversas sobre nutrição e alimentação vegetariana, estava na fila do buffet junto à mim e sem mais nem menos me disse:

- Marcos, depois de ver todos os dias você sem carne no prato, fiquei tentato a comer o que você come. Só pra ver como vou me sentir.

Eu ri. Comemos à mesma mesa, envoltos numa conversa gostosa sobre facilidades e dificuldades de ser vegetariano e vegano. Me senti respeitado e vi que quando não pregamos e nem levantamos nenhuma bandeira, o interessado vem até nós e aí sim temos a oportunidade de cativá-los, da maneira correta.

Que mais e mais pessoas se sintam contagiadas pela energia vegetariana e que essa onda se espalhe pacificamente pelos refeitórios do Brasil e do mundo. Talvez um dia voltaremos a enxergar o Frango da Sadia e a Vauinha da Parmalat como nossos reais amigos, irmãos.

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